O que esperar do cenário econômico brasileiro e carioca?

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O que esperar do cenário econômico brasileiro e carioca?

No ano de 2017 ocorreu uma freada no cenário econômico brasileiro, perda do grau de investimento, juros mais altos, crise política e depreciação além do esperado da moeda brasileira criando um cenário de grande incerteza, estagnação e dificultando a tomada de decisões no setor empresarial.

O ano de 2017 se encerra com aproximadamente 13 milhões de desempregados ou 12,4% da população economicamente ativa. E alto desemprego reduz os salários. E esses dois fatores se retroalimentam. O Produto Interno Bruto (PIB) prevê um crescimento de apenas 0,49% no ano de 2017.

Por outro lado, como fator positivo, o enfraquecimento da demanda manteve uma baixa inflação (IPCA), que fechou o ano em 2,95%, uma taxa de juros Selic a 7,1% e dólar valendo R$ 3,30.

Segundo o boletim Focus do Banco Central, de 24 de novembro, está previsto para 2018 um crescimento do PIB de 2,58%, uma inflação de 4,02%, com taxa meta de juros Selic a 7%, o que reflete em juros reais, historicamente muito baixos, de 2,86%, e dólar valendo R$ 3,30.

A OCDE destacou que depois de oito trimestres consecutivos de queda, houve finalmente retomada do crescimento. Inicialmente impulsionada pela agricultura, a recuperação agora parece cada vez mais ampla.

Para a OCDE, a expectativa é que o crescimento se intensifique, embora a confiança seja sensível à evolução política. A organização também destaca que a inflação está abaixo da meta, que tem centro em 4,5%. Isso permite taxas de juros menores, o que vai dar suporte à recuperação dos investimentos.

Nos períodos conturbados as diferenças nas performances das empresas ocorrem devido ao comportamento adotado pelos próprios consumidores, que em épocas de crise acabam abrindo mão de compras e investimentos que possam os comprometer por um longo prazo.

Vale lembrar que 2018 reserva aos brasileiros uma Copa do Mundo começando em junho, com duração de um mês. Esse evento refletirá em aumento de vendas de certos produtos, como cerveja, porém, em detrimento da diminuição de tantos outros. Fora a corrida eleitoral presidencial, que tomará impulso após a Copa, e que carrega um forte sentimento de indefinições futuras.

Para o seu negócio isso significa que dificilmente a taxa de desemprego diminuirá rapidamente, assim como não deverá haver um aumento significativo dos salários e da massa salarial.

A demanda continuará reprimida. Há indicativos de que o cenário parou de piorar. Assim, aqueles que não perderam emprego terão maior motivação para o consumo, mas sem exagero. Preço baixo continuará mandatório. Assim, consumidores provavelmente aceitarão comprar produtos de marca e qualidade inferiores.

A situação econômica do governo do Rio de Janeiro para 2018 será bem complicada. Já há uma previsão de déficit de R$ 10 bilhões no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA). A diferença entre a receita líquida projetada de R$ 63,1 bilhões e despesas de R$ 73,1 bilhões refletem este déficit, segundo notícia publicada no site notícias ao minuto e Pleno News em 11 de janeiro de 2018.

O grave é que a crise não é apenas de percepção, especialmente quando se considera a situação do estado do Rio de Janeiro. Em junho do ano passado, o governo fluminense decretou calamidade pública devido ao rombo fiscal. Desde o fim de 2015, a folha de pagamentos dos cerca de 500.000 servidores públicos estaduais é quitada com atraso. No começo de novembro, os servidores estavam recebendo o salário de agosto, e parte dos 13o de 2016 ainda estava em aberto.

A agência de classificação de risco americana Fitch atribuiu nota C ao estado do Rio, uma classificação indicativa de inadimplência iminente, simplesmente porque a União tem honrado suas dívidas. Caso contrário, teria atribuído nota D, a aplicada a quem dá calote na dívida. É um cenário que não deve apresentar grandes melhoras nos próximos três anos segundo reportagem da revista Exame publicada em novembro de 2017.

No Rio a taxa de desocupação é de 15,6% (desemprego) e continua a ser uma das mais altas. Uma das explicações para a recuperação que tarda a aparecer no estado é a excessiva dependência do setor de óleo e gás, responsável por 15% de sua economia e duramente atingido pela corrupção. As investigações da Operação Lava-Jato mostraram que o setor funcionava à base de propinas e a consequência foi a paralisação de obras e de empresas no processo de limpeza que vem ocorrendo.

Ampliar o alcance das tecnologias desenvolvidas pela indústria do petróleo para outros segmentos é uma das saídas para a crise. Uma iniciativa nesse sentido está em curso na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em conjunto com o Instituto Tecgraf.

Fundado em 1987 para desenvolver software de exploração para a Petrobras, o Tecgraf expandiu as atividades para outros segmentos. Hoje atua também nas áreas militar, médica e de entretenimento. A inovação de software e computação gráfica que foi adquirida para gerenciamento de plataformas e exploração de petróleo, serviu para criar jogos de treinamento militar e sistemas de realidade virtual para o tratamento de desordens psicológicas.

O debate sobre como aproveitar melhor as vocações do Rio de Janeiro tem colocado a chamada economia criativa sob os holofotes. O setor transcende as empresas de cinema, áudio e televisão e o Carnaval. Envolve também áreas como publicidade, design, moda, arte, gastronomia e desenvolvimento de software.

Hoje, a economia criativa representa 3,7% do PIB do estado e emprega 99.000 pessoas. Desde 2010, o Rio de Janeiro tem apoiado empreendedores que queiram investir nessa área por meio da incubadora Rio Criativo. Novos negócios também têm surgido para tornar o setor mais estruturado.

Quem acaba de se instalar na nova zona portuária é o Google, por meio de seu projeto YouTube Space, presente em dez cidades do mundo. Em agosto de 2017, a empresa de tecnologia inaugurou um galpão de 3.000 metros quadrados com três estúdios para a criação de vídeos que são postados na rede social. O Brasil é uma prioridade para a empresa por ser o segundo país que mais assiste a conteúdo na internet, depois dos Estados Unidos. E,
diferentemente de outros países, o consumo de conteúdo local é muito maior por aqui.

Nos últimos três anos, parecia que a recessão no Brasil não acabaria nunca. Os sinais de recuperação começam a surgir de fato. Para o Rio, talvez demore ainda um pouco mais.

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