Você sabe a diferença entre Fluxo de Caixa e DRE?

Entenda por que isso importa para a saúde financeira do seu negócio

diferenças entre fluxo de caixa e DRE

Na gestão financeira corporativa, compreender a diferença entre o Fluxo de Caixa e o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) é essencial para uma análise completa da performance e da saúde financeira de qualquer organização

Apesar dos dois instrumentos estarem relacionados à gestão financeira, eles têm funções, objetivos e impactos diferentes. Entender essa distinção é fundamental para uma boa tomada de decisão, seja você, um gestor, empreendedor ou profissional de finanças.

1. O que é o DRE - Demonstrativo do Resultado do Exercício?

O Demonstrativo de Resultados do Exercício é um relatório contábil que mostra se a empresa teve lucro ou prejuízo em um determinado período. Ele é construído com base no regime de competência, ou seja: considera as receitas e despesas no momento em que são geradas, independentemente de quando o dinheiro entrou ou saiu do caixa.

Exemplo: Se você emite uma nota fiscal em dezembro, mas só recebe em janeiro, a receita já aparece no DRE de dezembro.

Principais linhas do DRE:

  • Receita bruta e líquida
  • Custos dos produtos ou serviços
  • Despesas operacionais
  • Resultado operacional
  • Resultado líquido (lucro ou prejuízo)

2. O que é Fluxo de Caixa?

O Fluxo de Caixa registra todas as entradas e saídas de dinheiro no caixa considerando o momento em que o dinheiro efetivamente entra ou sai da conta da empresa. Ele é baseado no regime de caixa.

O fluxo de caixa é crucial para o acompanhamento da liquidez, solvência e capacidade de cumprir obrigações de curto prazo. É com base nesse relatório que a gestão financeira define políticas de capital de giro, programação de pagamentos e projeções de captação ou investimento.

Exemplo: Se você vendeu em dezembro mas só recebeu em janeiro, essa entrada só aparecerá no Fluxo de Caixa de janeiro.

Principais categorias:

  • Atividades operacionais (recebimentos de clientes, pagamentos a fornecedores e colaboradores)
  • Atividades de investimento (aquisição ou venda de ativos, participações)
  • Atividades de financiamento (empréstimos, aportes ou distribuições aos sócios)

Principais Diferenças

Demonstrativo do resultado do exercício

Interdependência na Análise Financeira

Embora distintos, DRE e Fluxo de Caixa são complementares. Uma empresa pode apresentar lucro contábil e, simultaneamente, enfrentar uma crise de caixa devido a inadimplência, alongamento de recebíveis ou má gestão do capital de giro. O inverso também é possível: gerar caixa no curto prazo, mesmo com prejuízos contábeis recorrentes.

Portanto, uma empresa pode apresentar lucro no DRE e quebrar por falta de caixa. Isso acontece quando o dinheiro não entra no ritmo das obrigações. Por outro lado, uma empresa pode ter caixa positivo e ainda assim estar operando com prejuízo, o que é insustentável a longo prazo.

Portanto, uma análise gerencial robusta deve integrar ambas as perspectivas, buscando o equilíbrio entre rentabilidade e liquidez.

Avaliar os dois relatórios em conjunto é essencial para garantir:

  • Sustentabilidade financeira
  • Capacidade de investimento
  • Tomada de decisão embasada
  • Prevenção de crises de liquidez

A dissociação entre lucro e caixa é uma das principais causas de decisões equivocadas na gestão empresarial.

Não basta saber se a empresa dá lucro. É preciso entender quando e como o dinheiro entra e sai. Equilibrar o DRE e o Fluxo de Caixa é uma das chaves para a longevidade e crescimento saudável dos negócios.

E você, como tem acompanhado esses dois indicadores na sua empresa?

Patrícia Araujo

propat@propat.com.br

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