Misturar as contas da empresa com as contas pessoais é muito comum em micro e pequenas empresas, que compromete a saúde da sua empresa. 

Quando inicio a minha consultoria, em primeiro lugar, faço uma investigação de todos os hábitos da empresa: como anotam as entradas e saídas, movimentação da conta, estoque, salários, despesas fixas, variáveis, custo, reservas, entre outras. Nesse momento, de “anamnese” da saúde do negócio,  percebo que existem erros comuns e que são extremamente tóxicos: não fazer a precificação correta e misturar as contas da pessoa física com a jurídica.

precificação já tratei no blog e também na Maratona, que ocorreu de 08 a 11/03, para desmistificar esse processo. Nesse texto, especificamente, tratarei do hábito de juntar as finanças pessoais com as da empresa.

Fazer a separação financeira é um dos pilares para o sucesso do negócio e garantir a estabilidade e funciona como uma base sólida para o planejamento, além de trazer segurança para desfrutar do dinheiro na vida pessoal ou investir na empresa.

Misturar as contas pessoais com as contas da empresa, pessoal jurídica, é muito comum em micro e pequenas empresas, e acaba sendo utilizado por ser simples e por falta de uma rotina financeira. Como o empreendedor tem múltiplas funções – compras, atendimento, planejar as vendas, pagamento de contas , acaba sendo levado a tomar atitudes que ele pensa estar facilitando e otimizando o tempo, e uma delas é não separar as contas. Por exemplo, na pressa, paga as compras do mercado, o condomínio, escola do filho, com o dinheiro da empresa. 

Essa aparente simplificação, por mais atraente que pareça ser em meio à correria dos dias, misturar as contas, compromete totalmente a saúde financeira do negócio. E é também um dos fatores que indicam a empresa estar na Espiral da Falência.

Percebo, que esse hábito leva a um outro, que impacta totalmente na lucratividade: esses mesmos empreendedores que misturam as contas, são aqueles que consideram que dinheiro sobrando na conta é igual a lucro, e isso é um engano.

Contas misturadas comprometem a construção de uma reserva de emergência ou fundo de investimentos, que é essencial para atravessar situações de instabilidades. Afinal, ao ver a conta pessoal no vermelho, é tentador cobrir com o dinheiro da empresa, e assim, lá se vai qualquer reserva. Como fazer a empresa sobreviver por longos tempos assim? 

A boa notícia é que organizar as finanças, fazer planejamento e gestão financeira não é complicado, e nem é 

exclusividade para grandes empresas: as pequenas devem fazer criteriosamente, e implementar, o quanto antes, a separação de contas apontará caminhos, identificar rombos, calcular lucros e indo além de apenas “pagar contas”. 

E  ainda mais: saiba que a organização na empresa, também leva a mudanças na vida pessoal e a criar um “fundo emergencial”, fazer aplicações e investimentos para a própria empresa e, separadamente, para si mesmo e sua família. 

Aqui, aponto ações que ajudam na hora de separar as contas e garantir respiro às sua empresa e à vida pessoal. E não se engane, por mais que pareça mais uma tarefa para inserir nos dias atribulados, sair dessa “zona de conforto”, irá trazer muita clareza e bons resultados. Vamos lá:

1º  Organização

Comece pela base:  registre toda entrada, saída, despesas fixas e variáveis, identifique e determine a margem de lucro da empresa.  Depois, faça o mesmo com as suas despesas pessoais. A partir disso, faça o planejamento financeiro de um período, determinando compras, pensando em estratégias para movimentar o estoque, pensar em descontos, divulgação etc.. Essa ação mostra o faturamento real da empresa e o lucro. 

2º Não pague contas pessoais com o dinheiro da empresa

Esqueça o cartão da empresa  na hora de pagar as contas pessoas. Aqui, vale não pagar nem um café com o dinheiro da empresa. E, não se enganem de pequenas ações é que surgem os rombos. Não abra precedentes, uma vez que decidiu se organizar. 

As contas da empresa são totalmente voltadas para as despesas fixas e variáveis da empresa, o que facilitará a gestão financeira.

3º Defina o seu salário

Retirar dinheiro da empresa de acordo com os gastos pessoais é um erro grave e que afeta a saúde financeira da empresa. Portanto, em vez de transferir dinheiro para sua conta pessoal conforme “sobra” na conta jurídica ou por necessidade, defina o seu salário. Se tiver sócios, determine o pró-labore de cada um.

Se qualquer lucro da empresa vai para a conta pessoal do empreendedor, não haverá investimento para o negócio.

Se não tiver jeito mesmo e precisar retirar mais para equilibrar as contas pessoais, planeje, em primeiro lugar, e transfira no mês seguinte, buscando também avaliar as despesas.

4º Controle financeiro

Por meio de sistemas de contabilidade, aplicativos, ou a contratação de profissionais especializados, organize as finanças da sua empresa. O dia a dia atribulado de muitos empreendedores os impede de fazer um controle criterioso, mas é possível por meio de tecnologia ou contratação de pessoal.

Talvez o primeiro questionamento seja: “Mas, eu não tenho como gastar com isso agora!”. E eu respondo que não é gasto, e sim investimento! Não tenha dúvida que o resultado será satisfatório. Tenho alguns bons exemplos no meu e-book Espiral do Lucro, inclusive implementados nesse período desafiador da pandemia.

5º Contas separadas

basicamente, separe fisicamente os caixas da empresa e pessoal, mantendo contas correntes diferentes. Cada uma delas terá particularidades e serviços diferenciados para os objetivos.

Não deixe para depois, organizar as finanças do seu negócio. São ações incorporadas à empresa que trazem segurança para atravessar qualquer período.

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